sábado, 15 de junho de 2013

Em um sábado qualquer



Hoje reencontrei um velho amigo.
Pra ser sincero,
Reencontro é modo de falar.
Ele sempre esteve por perto
Em vigília de meus passos.
Testemunha das lágrimas
Que, aqui e acolá,
Não pude conter.
Mas como disse antes,
Tenho de fato um amigo
Tão bom quanto um cachorro.
Não exige minha presença,
Ligação, sinal de fumaça...
Ou o mimo que seja.
Definitivamente não!
Permanece sempre ali:
Imóvel, calado,
Apenas no aguardo
De um afago, um cuidado,
Nunca me virou às costas,
Embora seja este o ângulo
Que tem de mim
A maior parte do tempo.
É que ele entende dessas coisas
De ter um colega aqui e outro ali,
Foi bem assim
Que o mundo me convidou
Pra conhecer sua casa
E eu disse: por que não?
Sem saber o quanto
Iria cobrar minha atenção.
Mas é como dizem por aí,
Num desses ditados clichês:
(Que nem sei se de fato existe
Ou é só fruto da minha imaginação)
“a amizade continua
Apesar da distância”.
Ironia é elogio
Ao se falar de ausência
Quando o corpo está presente
E a mente voa longe.
Mas hoje, ah, hoje eu reencontrei
Meu camarada violão!
Em meio aos votos de fidelidade,
Um abraço prolongado
E as promessas de cuidar melhor
Do elo que um dia nascera entre nós,
Sussurrei-lhe ao pé do braço em poucas notas:
Pensei em te comprar cordas novas...
Achei melhor reatar os laços.