terça-feira, 26 de novembro de 2013

A lucidez habita as figuras de linguagem



A: Doido? 

B: É...

A: Loucos é?

B: Não, sãos!

C: A vida não é uma redação!

Em um conflito entre sinônimos imperfeitos, regências verbais e predicativos dos sujeitos omitidos, uma ironia sempre vence.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Outubro e o segundo sol



Será somente acaso
Ou o oceano está no cio?
O mar, às vezes,
Engole o ocaso
Com água e sal,
Lá pras bandas do Sul.
E ao invés de sim,
Dirá: “não sei
Se há só um sol
Pra tanto céu”.
Qualquer Tomé,
Qu’inda não creia,
Na sina eterna
De um solstício.
A estrela seguirá
Em seu ofício,
E, como tudo que é sacro,
Terá início, vício e marco.
Parco, paco ou mero comício,
Quando luz fica difícil,
Vida clama vela e barco.

(Jonas Jandson)

domingo, 10 de novembro de 2013

Soneto de um Domingo à tarde



As córneas mal avistaram luz,
Uma dívida já se faz eterna.
Distante, porém latente: lanterna.
Conta que nem a velhice reduz.

Chaga aberta sem sangue nem pus.
Úlcera crônica, algoz, interna.
Mundo real é um mito (da caverna).
Limites que à vida não faz jus.

Para cada mão que se estendeu
Muitas pernas foram dilaceradas.
Nabucodonosor, Grande irmão...

Davi contra o povo filisteu,
Um filho que sacou suas espadas,
A massa contra Lei de Talião.